sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Aveia: Um bem necessário


Aveia: Um bem necessário

As espécies de aveia incluem Avena abyssinicaA. byzantina,A. fatuaA. nudaA. sativaA. strigosa e outras. Mais de 75% do total cultivado no mundo é de A. sativa (aveia branca). A planta se adapta melhor em climas frios e úmidos. A variedade conhecida como aveia vermelha (A. byzantina) é tolerante ao calor e cresce em climas quentes e úmidos. A aveia, como o centeio, tem rendimentos em solos pobres e tem muito valor na rotação de culturas.
O caule esguio da aveia cresce até mais que 1,2 m de altura, terminando em pontas ramificadas que contém as flores, das quais as sementes cobertas com a casca se desenvolvem. A planta é vulnerável à ferrugem e variedades resistentes foram desenvolvidas.
A produção mundial de aveia se mantém em 50 milhões de toneladas por ano. Os maiores produtores são Rússia, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Polônia, Finlândia e Austrália. É cultivada com vários propósitos: para pastagens, forragens, grãos, sendo que a produção mundial é distribuída da seguinte maneira: aproximadamente 78% para alimentação animal, 18% para alimentação humana e os 4% restantes para uso industrial, sementes e exportação.
Segundo dados do IBGE, a produção brasileira de aveia com casca em 1996 foi de 117.789 toneladas, sendo que destes, 110.659 foram produzidos nos estados de Santa Catarina e Paraná. O consumo deste cereal limita-se muito à alimentação animal e a área plantada é insignificante se comparada ao potencial para cultivo. Isto está relacionado principalmente com a falta de conhecimento em relação aos seus benefícios nutricionais, além da escassez de produtos atrativos e variados utilizando a aveia como base.
Características Nutricionais
Os cereais comumente consumidos tem concentração protéica que varia de 6 a 18%. Os grãos de aveia têm um dos mais altos teores protéicos, com valores médios entre 15 e 20% e qualidade protéica considerada muito boa se comparada com outros cereais.
A qualidade protéica de um cereal é resultado de sua composição em aminoácidos e sua digestibilidade. A lisina é o principal aminoácido considerado limitante, seguida pelos aminoácidos metionina, treonina e isoleucina como limitantes secundários. A composição de aminoácidos da aveia é constante em uma ampla variação no conteúdo protéico, com apenas uma pequena correlação negativa entre a proteína total e a porcentagem de lisina. É também característica do perfil de aminoácidos deste cereal uma alta proporção de ácido glutâmico, com ácido aspártico, leucina e arginina também em altas concentrações.
A aveia tem maior porcentagem de lipídios que a maioria dos cereais. Estes, em grande concentração e distribuídos por todo o grão, destacam-se nutricionalmente por sua razão favorável entre ácidos graxos poliinsaturados e saturados, pelo seu alto conteúdo de ácidos oléico e linoléico, vitaminas e por suas propriedades antioxidantes.
Pesquisas internacionais indicam que o teor de vitamina E é considerável no óleo de aveia, sendo que dentre os tocóis, o teor de a-tocoferol (alfa-tocoferol) varia entre 3,3 a 8,1 mg/Kg de aveia.
Dentre os carboidratos, além da concentração e qualidade do amido, a fração fibra é muito importante. Nesta fração destacam-se as fibras solúveis, principalmente as b-glucanas (beta-glucanas). O benefício mais evidente do consumo de aveia para a saúde humana é sua eficiência na redução dos níveis de colesterol, quando parte de uma dieta equilibrada. Este efeito é quase inteiramente atribuído às b-glucanas (beta-glucanas), porém os lipídios, vitaminas e proteínas da aveia também podem estar envolvidos.
Processamento da Aveia
De maneira geral, a aveia é processada segundo o esquema da figura abaixo, obtendo-se os seguintes produtos:
fluxograma de processamento

  • Flocos nº 1(flocos inteiros): usado principalmente na produção de granola, cereais em barra e na panificação;
  • Flocos Médios e Flocos Finos (instantâneos): usados principalmente na produção caseira de mingaus e sopas;
  • Farelo: principal fonte de fibra solúvel (beta-glucanas), usado para mingaus e outras receitas caseiras, como pães e bolachas, principalmente para indivíduos com hipercolesterolemia;
  • Farinha: usada em panificação,confeitaria e em mingaus para bebês.
Bibliografia

  • WOOD, P. J. (ed). Oat Bran. St. Paul, Minnessota, USA: American Association of Cereal Chemists, Inc., 1993. p. 139-157.
  • WEBSTER, F. H. (ed.). Oats: Chemistry and Technology. St.Paul, Minnesota, USA: American Association of Cereal Chemists, Inc., 1986. p.309- 333.
  • COMISSÃO SUL-BRASILEIRA DE PESQUISA DE AVEIA. Recomendações Tecnológicas para o Cultivo de Aveia. Passo Fundo: Gráfica e Editora UPF, 1995, 50p.
  • DORN, V. New machinery in oat milling. Association of operative millers – Bulletin. Julho/ 1989. p. 5493-5502.


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