sábado, 18 de agosto de 2012

Os benefícios da Castanha do Pará / Castanha do Brasil


Os benefícios da Castanha do Pará / Castanha do Brasil

Ricas em gorduras mono e polinsaturadas, capazes de reduzir os níveis do colesterol ruim do sangue (LDL) e aumentar o bom colesterol (HDL), >as oleaginosas ajudam, por exemplo, a impedir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e, de quebra, dão sensação de saciedade.
Mas, as oleaginosas são também altamente calóricas, por isso é preciso muito cuidado para não exagerar na quantidade ingerida. – levando em base a dieta desejada.
Ajuda a evitar a propagação do câncer além de diminuir a sua incidência.
Outros benefícios desta fruta vêm das suas propriedades preventivas na cardiomiopatia, doença do miocárdio associada com disfunção cardíaca.
Também melhora o sistema imunológico, equilibra a atuação dos hormônios da tireóide e é poderoso antioxidante.
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.) é uma das plantas mais nobres e valiosas da Amazônia Ocidental e, atualmente, é o produto vegetal extrativo mais importante da Amazônia em valor ecológico, social, econômico e alimentar. Entretanto, apesar da importância, a maior parte do produto é comercializado apenas descascado, in natura, ou descascado e desidratado para melhor conservação. Pode-se dizer que a atual tecnologia empregada no Brasil, para o beneficiamento e a diversificação alimentar da castanha não sofreu grandes evoluções (Souza, 1984).
O endosperma da semente de castanha-do-brasil constitui um alimento bastante apreciado pelo sabor, e também pelas qualidades nutritivas. Vários estudos relatam que a amêndoa da castanha contém de 60 a 70% de lipídeos e cerca de 15 a 20% de proteínas de alto valor biológico (Cardarelli & Oliveira, 2000).
Segundo Gonçalves et al. (2002), a amêndoa da castanha-do-brasil, contém uma fração lipídica de boa qualidade e alto valor alimentar, denominados de ácidos graxos poli-insaturados que se apresentam nas seguintes proporções: 37,42% de oléico e 37,75% de linoléico, totalizando 75,17% dos ácidos graxos totais, bem como, 24,83% de ácidos saturados como o palmítico, o esteárico e o araquidônico, com 13,15%; 10,36% e 1,32%, respectivamente.
Entretanto, o alto teor de ácidos graxos insaturados presente na amêndoa o torna um alimento altamente perecível decorrente, principalmente, dos processos oxidativos, aos quais estes óleos estão expostos, o que, possivelmente, pode implicar na redução do valor nutricional, além do aparecimento do cheiro e sabor de ranço, se as amêndoas mantiverem-se expostas por muito tempo para serem comercializadas em condições de alta temperatura e alta umidade relativa.
A castanha-do-brasil contém minerais considerados importantes para o organismo humano, entre eles o fósforo, o cálcio, o magnésio, o potássio, o zinco, o manganês e o cobre, com os seguintes teores médios em miligramas por 100 g de matéria seca: 564,50; 206,75; 312,50; 514,75; 7,10; 6,86 e 1,17, respectivamente (Gonçalves et al., 2002).
Outros componentes considerados imprescindíveis para o organismo humano são os aminoácidos essenciais. A amêndoa da castanha-do-brasil apresenta estes constituintes químicos em gramas de aminoácidos por 100 g de proteína, nas seguintes proporções: Isoleucina, 3,09; Leucina, 8,58; Lisina, 4,53; Metionina, 7,12; Cistéina, 2,53; Triptofano, 1,10; Valina, 5,12 e Treonina, 3,02; respectivamente (Souza & Menezes, 2004).
Durante o descascamento manual da castanha-do-brasil, ocorrem danos mecânicos na amêndoa, pois a casca é constituída de material endurecido, principalmente celulose e esclerídeos, dificultando, assim, a sua retirada. Portanto, após o descascamento é realizada a separação das amêndoas trincadas, quebradas ou rachadas, etc. Em seguida as amêndoas intactas são classificadas por tamanho e tipo, embaladas a vácuo para serem comercializada no exterior, enquanto as amêndoas de qualidade inferior são embaladas em sacos plásticos simples com capacidade para 500g cada e destinadas ao consumo interno, conforme observado no mercado local (Souza, 1984).
Tendo em vista que grande parte de amêndoas considera de qualidade inferior é comercializada internamente, objetivou-se, com este trabalho, verificar se existe influência do beneficiamento e do armazenamento a temperatura ambiente sobre o teor de, ácidos graxos e perfil de aminoácidos essenciais de amêndoas de castanha-do-brasil consideradas intactas e danificadas.
Perfil de aminoácidos essenciais
O perfil de aminoácidos essenciais foi determinado em aparelho marca DIONEX, modelo DX 300, após hidrolise ácida. Para a hidrolise pesou-se, em triplicata, quantidade de amostra, contendo, aproximadamente 25 mg de proteína, a qual foi processada seguindo as recomendações gerais de Spackman et al. (1958).
Na Tabela 1, apresentam-se os dados da análise de minerais realizado em amostras de amêndoas de castanha-do-brasil, obtidas pelo processo de descascamento manual.
Ácidos graxos
Na Tabela 2, apresentam-se os resultados referentes à composição em ácidos graxos para amêndoas de castanha-do-brasil.
Teor de aminoácidos essenciais de amêndoas de castanha-do-brasil intactas e danificadas obtidas pelo processo de descascamento manual.
Observa-se, na Tabela 3, que todos os aminoácidos analisados nos dois tipos de amêndoas apresentaram diferenças significativas pelo teste de Scott-Knott (p < 0,05).
Os aminoácidos mais abundantes encontrados nos dois tipos de amêndoas intactas e danificadas foram: leucina com 8,98 e 7,03, metionina com 6,95 e 5,50; e valina, com 4,99 e 3,99 mg.100 g-1de proteína; o conteúdo destes aminoácidos presentes na amêndoa sadia apresentou 20,92% do conteúdo total dos aminoácidos essenciais.
CONCLUSÃO
Amêndoas intactas apresentaram teores de minerais, ácidos graxos e aminoácidos preservados em relação às danificadas mecanicamente. Isso implica em que o inadequado manejo das castanhas leva a consideráveis perdas nas suas características de composição, principalmente ácidos graxos e aminoácidos.
Reginaldo Ferreira da SilvaI; Jose Luis Ramirez AscheriII; Joana Maria Leite de SouzaIII
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